NAS ASAS DA POLÊMICA:
Irmãos Wright x
Santos Dumont
A polêmica estabelecida com relação à primazia do vôo do “mais pesado que o
ar”, deve ser apreciada com a atenção que merece, tendo em vista a
documentação da época e as pesquisas desenvolvidas por diversos
historiadores. Porém em vista do fato que isso na verdade pouco importa, os
aviões continuam decolando e pousando em detrimento a essa discussão.
No ano de 2005 a França iniciou as comemorações do centenário do primeiro
vôo do brasileiro Santos Dumont, com uma grande festa. Quando vivo, Santos
Dumont também foi aclamado pelos compatriotas brasileiros e homenageado por
europeus (inclusive foi condecorado pelos franceses) e por vários países da
América, até mesmo por norte-americanos. Os estadunidenses, na figura do
Instituto Smithsoniano, só a partir de 1948 assume que os Irmãos Wright
foram os primeiros e verdadeiros inventores do avião. Mas essa decisão
arbitrária se deve a um contrato do Instituto para com os herdeiros dos
Irmãos Wright. Foi a condição que os familiares impuseram pra que o avião
dos Wright pudesse ser exposto no Museu Aero-Espacial do Instituto em
Washington, DC. Portanto, a partir daí, qualquer discurso a cerca da
invenção do avião não podia ser proferido sem que os autores do invento
fossem outros que não os Irmãos Wright ou tão pouco considerar outro
inventor antes do ano de 1903. E de tanto o norte-americano ouvir dizer que
seus conterrâneos são os inventores do avião, sem ao menos se darem o
trabalho de pesquisar, aceitam orgulhosos o que acreditam ser fato.
Mas pergunto-me se a história pode ser manipulada ignorando-se os fatos que
tão acintosamente são preteridos por conta de um contrato. Será que podemos
nos deixar levar por conveniências particulares em detrimento da verdade?
Por conta disso, o ano de 2003 é considerado por muitos, principalmente os
norte-americanos, o centenário do primeiro vôo da história, que teria sido
realizado pelos irmãos Wright em dezembro de 1903. Portanto os
norte-americanos tentaram reviver os 100 anos do vôo dos irmãos Wright, nas
mesmas colinas em que, supostamente, o homem conseguiu voar com ajuda de um
motor pela primeira vez.
Era 17 de dezembro de 2003, a platéia era grande, estiveram presentes
pessoas ilustres, como Neil Armstrong (primeiro homem a pisar na lua), Chuck
Yeager (primeiro piloto a quebrar a barreira do som), o ator John Travolta (piloto
também) e o presidente George W. Bush (Presidente atual dos Estados Unidos).
O local - Kill Devil Hills, Carolina do Norte; o ponto alto seria o vôo da
réplica do protótipo dos Wright, o Flyer. Porém a festa foi prejudicada pela
chuva. Bush fez apenas um discurso rápido.
- O vôo dos irmãos Wright pertence a toda a Humanidade, mas eles pertencem
aos Estados Unidos da América. - disse o presidente.
Tentativa de vôo da réplica do planador motorizado dos Wright no ano de
2003.
A réplica, pilotada por um dos construtores, foi lançada na catapulta, mas
não ganhou velocidade acabou atolada na pista. A explicação oficial culpou o
vento fraco pelo fiasco. Horas depois, os organizadores da festa fizeram
mais uma tentativa. Novamente um fracasso. O vôo original teria ocorrido
três anos antes de Alberto Santos Dumont decolar com seu
“14-Bis", durou 12 segundos e percorreu 36 metros. Cem anos depois, a
réplica da máquina voadora dos Wright, pilotada por um instrutor de vôo,
sequer decolou.
O piloto, em 2003, tentaria repetir, no mesmo horário (10h35minh) do vôo
original. Mas depois de chuvas torrenciais de manhã o vento era fraco na
área de Kill Devill. A máquina de 12 metros de largura, 275 quilos e um
motor de 12 cavalos de potência, exige vento de pelo menos 16 quilômetros
por hora para decolar.
Incrível é que a réplica estava envenenada!! Mesmo assim, mesmo assim não
voou! Mr. Jack Cherne trabalhou 18 anos (isso mesmo, 18 anos) na
reconstrução da réplica do aparelho dos irmãos Wright declarou que os testes
comprovaram o aparelho original instável, inclusive era um milagre que os
irmãos não tivessem se matado, e tal réplica seria modificada para melhor.
Já para um jornal de Los Angeles declarou que o avião era extremamente
instável, por isso é que nenhuma replica do avião dos irmãos Wright pôde
voar. Nós fizemos algumas mudanças menores na réplica que estamos
construindo agora, asas levemente reconfiguradas com o canard mais largo
para assegurarmos de que voe. Não serão visíveis a qualquer um as mudanças,
mas preferimos estar "seguros" a estar "pesarosos”.
No vôo alegado pelos Irmãos Wright, disseram que estavam presente cinco
testemunhas, vizinhos e trabalhadores da região, mas não tinha ninguém com
conhecimentos aeronáuticos para certificar o vôo. Nada foi filmado ou
noticiado na imprensa norte-americana. Uma das mais confiáveis testemunhas
dos Irmãos, o telegrafista Alpheus Drinkwater, que operava uma estação
telegráfica próxima de onde os irmãos faziam suas experiências e também era
correspondente de "The Associate Press" teoricamente teria assistido aos
vôos dos Wright no dia 17 de dezembro de 1903. Quarenta e oito anos depois,
ele declarou que em 1903 os Wright apenas planaram e que seu primeiro vôo
real só veio a ocorrer em 6 de maio de 1908.
Sucesso quatro vôos manhã quinta-feira todos iniciados no nível do chão
contra vento 21 milhas somente com força motor velocidade média relação ar
31 milhas vôo mais longo 57 segundos informe imprensa local. Feliz Natal.
Orevelle Wright
Outra "prova" seria o telegrama enviado ao pai contando que o planador
motorizado adquiriu sustentação quando a velocidade em relação ao ar atingiu
31 milhas por hora, sendo que apenas 10 milhas por hora eram resultantes da
tração do motor; as outras 21 milhas por hora eram conseqüências do vento
reinante na ocasião.
Mas esses dados revelam que a sustentação se deveu muito mais à velocidade
do vento de então (21 milhas por hora, do que à tração do motor, 10 milhas
por hora). Um vôo mecânico num aparelho mais pesado do que o ar é aquele no
qual a sustentação é obtida pela forca do motor. Um vôo planado é aquele no
qual o aparelho é sustentado pela forca exercida pela ação vento sobre as
asas. Concluí-se então, que os vôos de dezembro de 1903 foram vôos planados,
e não mecânicos, pois sem vento eles não teriam saído do chão.
De acordo com a Federação Internacional de Aeronáutica (que valida o vôo de
Santos Dumont como o primeiro) um avião precisa decolar, voar e aterrissar
por seus próprios méritos. E o Flyer não foi nem impulsionado por uma
catapulta nessa data, foi lançado do alto de uma colina, e se não tivesse
motor voaria mais longe ainda, pois estaria mais leve.
O vôo do 14-bis foi amplamente fotografado e filmado.
O primeiro vôo público de Santos-Dumont com um aparelho mais pesado que o ar,
ocorreu em 23 de outubro de 1906 no Campo de Bagatelle, em Paris/França, com
o avião de nome "14-Bis". Em seu vôo, milhares de pessoas encontravam-se no
local, que para lá correram ao ouvir as notícias divulgadas pela imprensa
local. No vôo do 14-bis todos os preparativos foram monitorados e vitória
alcançada por Santos-Dumont foi noticiada pelos mais importantes jornais do
mundo. O Aeroclube da França registrou o acontecimento em ata especial.
Em 1907 Santos-Dumont desafiou os irmãos Wright, que já estavam na mídia,
mas não mostravam ter uma nave capaz de voar por sim mesma, que concorressem
ao premio oferecido pelo Jornal: London Dayly Mail de $50.000 para quem
fizesse a travessia de Londres a Manchester, eles recusaram alegando que não
tinham dinheiro e que o que queriam era vender sua invenção por uma grande
soma de dinheiro, nem que fosse a um governo estrangeiro. Antes de 1908 os
irmãos Wright tentaram vender seu suposto invento ao Exército dos Estados
Unidos, não havendo qualquer sucesso porque os militares não chegaram a
assistir a qualquer vôo. Tentaram também vender a França, Inglaterra e
Alemanha, fotos comprovam as negociações, mas com uma insistente arrogância
em receber do comprador um alto sinal em efetivo, antes de ver ou de
inspecionar o aparelho voador e com total falta de provas de um vôo real,
não obtiveram sucesso em qualquer das negociações.
Orville Wright em Berlin com o príncipe herdeiro alemão.
Na data de 23 de Março de 1903 os Irmãos Wright aplicaram para uma patente
que foi concedida em 22 de maio de 1906, patente No. 821393 (U.S.A.), porém
a patente não é de um avião e sim de um planador (sem motor). Santos Dumont
nunca patenteou nenhum de seus aviões, porque dizia que era pro mundo
usufruir suas maquinas. Nos primeiros vôos públicos dos Irmãos Wright em
agosto de 1908, na França, utilizaram o motor francês Bariquand et Marre. A
pergunta que não quer calar... Se segundo eles, fazia 5 anos que voavam,
porque eles não levaram seu motor desde os Estados Unidos?
Mas não sejamos injustos com os Irmãos Wright a primazia de algo sim é
deles. A primeira morte na história da aviação. Sim, a primeira morte da era
do "mais pesado q o ar" é atribuída ao piloto Mr. Orville Wright, que levava
um oficial do exército. Aconteceu no dia 17 de setembro de 1908, na cidade
de Fort Myer, e o oficial falecido foi o Tenente Tom Selfridge. Mas esse
recorde não é reinvidicado e ninguém o comenta. Por que será?
Na Primeira página do The Dayton Journal de 17/09/1908,
estava estampada a
notícia do sinistro acidente.
Se formos analisar com atenção as criações dos Irmãos Wright para saber em
que contribuíram pro avião de hoje, concluímos que o resultado final seria
nulo. Nada que supostamente criaram ainda é usado hoje em dia e se
seguíssemos os ensinamentos dos Irmãos Wright, hoje os aviões ainda não
teriam rodas, consideradas por eles um peso desnecessário e precisaríamos de
catapultas espalhadas pelos aeroportos, para impulsionar os aviões. Sem
falar no incômodo que seria um indivíduo não pousar com seu avião em um dos
aeroportos, jamais levantariam vôo novamente, pela falta das catapultas.
O 14-Bis saiu do chão, ganhou altura e pousou em seguida, usando trem de
pouso como todos os aviões atuais. O avião dos Irmãos Wright após ser
lançado por uma catapulta, ganhava velocidade sobre trilhos montados no chão,
e não tinha trem de pouso, portanto não dispunha de rodas.
E por fim, nas palavras de Santos Dumont, a indignação. Sua voz não ecoava
por si só, mas pelos colegas que juntos contribuíam pra um bem maior, o
homem voar: Os partidários dos Irmãos Wright pretendem que estes voaram na
América do Norte de 1903 a 1908. Tais vôos teriam tido lugar perto de
Dayton, num campo ao longo de cujo limite passava um bonde. Não posso deixar
de ficar profundamente espantado por este feito inexplicável, único,
desconhecido: durante três anos e meio os Wright realizaram inúmeros vôos
mecânicos e nenhum jornalista de tão perspicaz imprensa dos Estados Unidos
se balança a ir assisti-los, controlá-los, e aproveitar o assunto para a
mais bela reportagem da época. Como imaginar, então, que na época os Irmãos
Wright descrevam círculos no ar durante horas sem que ninguém disto se ocupe?
Eu não quero tirar em nada o mérito dos irmãos Wright, por quem tenho a
maior admiração; mas é inegável que, só depois de nós, se apresentaram eles
com um aparelho superior aos nossos, dizendo que era cópia de um que tinham
construído antes dos nossos. O que diriam Édison, Graham Bell ou Marconi se,
depois que apresentaram em público a lâmpada elétrica, o telefone e o
telégrafo sem fios, um outro inventor se apresentasse com uma melhor lâmpada
elétrica, telefone, ou aparelho de telegrafia sem fios dizendo que os havia
construído antes deles?
Clique aqui e leia a entrevista feita com a pesquisadora Marília Lemos